quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Você se sente vivo?



Gosto de frases de impacto e gosto mais ainda de encontrá-las pelos muros da cidade.
Refletir sobre a vida é uma das coisas que mais faço.
É basicamente a história "você tem medo de morrer?" só que ainda mais forte.
Me sinto viva e tenho medo de morrer. Tenho medo de morrer porque me sinto viva.
Não gosto de acreditar que um dia tudo que faço e falo vai acabar. Sei que tudo tem um fim e todo mundo sabe também, mas "fim" é uma palavra tão pequena do lado do medo que me causa.
Odeio finais. Não acredito em finais felizes porque acabar não me remete a uma coisa boa, não soa uma coisa boa. 
Mas se a vida é passageira, a vida acaba, porque eu gosto de viver se não gosto de acabar?
Tomo um gole de café, apoio a cabeça na mão e penso "isso faz sentido?".
E acabo por lembrar que nada faz sentido. 
E de novo acaba: como tudo, como nós, como a vida. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

101 coisas para fazer em 2015

 01. Desenhar nuvens ou colocar papel de parede com elas no meu quarto novo
 02. Usar um dos caderninhos de poesia até o final (mas continuar comprando outros quando estiver a  fim)
 03. Visitar meus parentes do Rio de Janeiro
 04. Fazer algum projeto (de verdade) na faculdade
 05.  Passar um final de semana com meus amigos de escola na praia
 06. Ir ao show de alguma das bandas que estão no meu top 10 melhores bandas
 07. Cantar de madrugada no teto solar do carro enquanto alguém dirige rápido (e de um jeito que não  vá nos matar)
 08. Comprar um óculos de sol com armação vermelha
 09. Entrar na academia ou pilates ou alguma luta
 10.   Não atrasar séries que estou em dia
 11.   Conhecer o MASP
 12.   Aprender a fritar ovo
 13.   Mergulhar com equipamentos
 14.   Comprar mais anéis (e começar a usar os que já tenho)
 15.   Mergulhar sem tampar o nariz
 16.   Surfar de madrugada (e aprender a surfar)
 17.   Terminar de fazer a luminária
 18.   Cortar o cabelo de três em três meses
 19.   Conhecer todas (ou quase) as praias de Floripa
 20.   Ler todos os livros que estão na minha meta do Skoob
 21.   Terminar de assistir the walking dead
 22.   Ir na creamfields
 23.   Fazer uma sessão Harry Potter com alguém que seja viciado tanto quanto eu
 24.   Girar na chuva com um amor cantando Lizstomania do Phoenix
 25.   Fazer uma tatuagem (ou duas)
 26.   Conhecer pelo menos uma pessoa diferente e divertida todo final de semana
 27.   Ir no estádio pelo menos uma vez no mês
 28.   Tomar layback com a Lala deitada em uma canga no pitoco
 29.   Pintar o cabelo. Ou fazer alguma coisa diferente.
 30.   Ganhar flores (nem que seja arrancada do matinho que não presta na estrada)
 31.   Revelar fotos e criar um álbum físico da “melhor fase da minha vida”
 32.   Discutir comigo mesma se esse blog deve ou não ser divulgado por aí
 33.   Parar de tomar refrigerante de novo
 34.   Aprender a usar o indesign
 35.   Andar de trem
 36.   Viajar pra algum lugar do país que ainda não conheço com meus pais
 37.   Comprar uma pollaroid. Ou uma gopro. Ou uma câmera profissional.
 38.   Concluir a lista Lugares para conhecer com a Dani
 39.   Reservar um tempo semanal pra escrever histórias
 40.   Convencer meus pais a adotarem um cachorro
 41.   Terminar de ler a série Game of Thrones
 42.   Não acumular textos da faculdade
 43.   Assistir as aulas da disciplina online e responder aos fóruns
 44.   Comprar uma máquina de escrever
 45.   Fazer a trilha da Lagoinha do leste
 46.   Dormir na praia (sem planejar e sem toalhas ou cangas)
 47.   Concluir o projeto Sufoque o que te sufoca e ter coragem suficiente para colocá-lo em prática
 48.   Completar minha coleção de dvd’s do U2
 49.   Andar de metrô
 50.   Doar sangue de três em três meses
 51.   Comprar outras cores de alargador
 52.   Ser voluntária em um abrigo de animais
 53.   Voltar a dar presentes que eu mesma fiz
 54.   Guardar dinheiro
 55.   Fugir de carro sozinha pra algum lugar perto e calmo
 56.   Aprender a dirigir antes de pensar em fugir de carro sozinha
 57.   Comprar uma bicicleta
 58.   Andar de long num domingo de sol na beira mar e assistir ele se pondo sentada naquelas  pedrinhas
 59.   Ficar mais finais de semanas longe do celular
 60.   Colocar um balanço na árvore da casa da minha avó
 61.   Ir ao Cantinho da fama
 62.   Tomar um porre de tequila e cantar la bamba.
 63.   Mandar mensagem sem medo pro carinha que eu estiver a fim
 64.   Fazer uma visita para uma antiga amiga
 65.   Passar um dia inteiro fingindo que perdi a memória
 66.   Achar algum vestido com bolinhas para comprar
 67.   Acampar na Lagoa do Peri
 68.   Começar nas aulas de inglês
 69.   Customizar uma saia como se fosse um pedaço de melancia
 70.   Aprender a desenhar
 71.   Fazer as coisas sem pensar tanto
 72.   Acordar cedo no verão para correr na praia
 73.   Ir para uma festa a fantasia de Magali
 74.   Chamar os amigos para fazer coxinha e tomar pureza
 75.   Parar de falar tantas gírias (ou inventar novas)
 76.   Conhecer o Luís Fernando Veríssimo
 77.   Fazer stand up paddle de novo em um dia chuvoso
 78.   Planejar uma viagem pra Indonésia
 79.   Assistir aos três filmes do Senhor dos anéis
 80.   Ir à Bahia
 81.   Comprar uma saia com estampa de margaridas
 82.   Assistir outro show do Armandinho com a Stefany embaixo de chuva forte
 83.   Aprender a fazer maça do amor
 84.   Beijar na chuva
 85.   Brigar menos com o Matheus
 86.   Fazer um tererê naquela moça da Barra com a Stefany
 87.   Comprar uma lata de tinta e escrever frases de impacto em muros pela cidade
 88.   Conseguir um estágio em um lugar tão legal quanto o atual (freela)
 89.   Colher morangos
 90.   Aumentar minha coleção de macacos de pelúcia
 91.   Ser fotografada mais vezes pela Júlia
 92.   Fazer brigadeiro de paçoca
 93.   Usar hidratante no corpo sem ter que usar lembrete
 94.   Tomar 3 litros de água por dia
 95.   Comprar um ipod
 96.   Achar outro pacote de freegells com meu nome atrás
 97.   Andar de meia e chinelo no ticen de novo
 98.   Ir a um show do Oriente
 99.   Dançar forró
 100. Fazer uma nova caixa de lembranças
 101. Completar todos os itens dessa lista.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

"De repente da calma fez-se o vento"

E o que um dia talvez tenha sido firme novamente fica instável. Como andar em uma corda sobre o abismo ou pular de um prédio ao outro. 
Aprendi a fazer analogia com quase tudo porque parece que fica mais fácil sobreviver, aceitar, tentar lidar. 
Não sei se corro atrás. 
Não sei se cruzo os braços e espero que sinta falta de tudo que sou.
Não sei se levo em conta o apoio em um momento difícil ou paro e penso no apoio de todos os momentos.
Simplesmente não sei e continuarei não sabendo.
Tenho dificuldade em aceitar que vire deserto quem um dia já foi cais. Mas tenho ainda mais dificuldade em lidar com indiferença e esquecimento.
Escrever sobre o que gosto e entendo é bom.
Escrever sobre o que não sei e vou continuar não sabendo é como a indiferença: me mata.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Morra bem

"É preciso morrer bem enquanto se vive.
Cada final de amor é uma pequena morte, por exemplo. Morre lentamente quem fica alimentando fantasias de retorno, planejando vinganças, cultivando lembranças com naftalina. Sei que dói, mas não deixe esse amor definhando na UTI, dê logo extrema-unção, acabe com isso, morra rápido, morra de vez, para que possa renascer ligeiro também.
Finais de carreira, finais de amizade, finais de ciclo: mortes que acontecem aos 30, aos 40 anos, em qualquer idade. Dói, dói demais, não estou negando a dor, mas o que você prefere? As dúvidas, as ilusões, o apego? Prefere a sobrevida a uma vida nova? Confie na experiência de quem já se enterrou algumas vezes. Morra. Morra bem morrido, baby.
Final de juventude, final de faculdade, final de uma viagem de intercâmbio: vai ficar agindo como se tivesse 18 anos para sempre? Mate o garoto, renasça adulto.
A morte daqueles que amamos é trágica, mas nossa própria morte, não. Ela é uma contingência de nossa longa existência, e essa não é uma frase cínica, simplesmente é assim. Nossos sonhos morrem. Nosso passado morre. Nossas crenças, nossas fases. Fazer o quê? Morra bem. Morra com categoria. Com dignidade. O menos lentamente possível. Morra de morte bem arrematada, uma, duas, três mil vezes, morra em definitivo sempre que for exigido, para sobrar tempo.
Tempo pra vida em frente".

Martha Medeiros.
Trecho da crônica Morte bem. Diário Catarinense, 2 de novembro de 2014.