terça-feira, 16 de agosto de 2016

Talvez a gente não tenha nascido pra dar certo

Parece inacreditável mas na verdade é bem simples: talvez a gente só não tenha nascido pra dar certo. Talvez a gente só não tenha nascido pra andar de mãos dadas pelas ruas e se olhar com cumplicidade quando toca alguma música que fala mais do que a letra quer dizer. Talvez a gente tenha nascido pra ser só a lembrança engraçada na vida um do outro. Talvez a gente não tenha se encontrado nos melhores momentos ou talvez você seja uma pessoa difícil demais. Talvez eu que seja uma pessoa com um coração tão grande que quer abraçar todo mundo. Talvez seja seu olhar sereno e seu jeito malandro. Talvez seja só minha vontade de provar que eu consigo. Talvez seja até o seu desinteresse ou o meu interesse maior. Simples assim. 
É estranho olhar pra alguém e querer tanta coisa sem nem saber direito como a vida funciona. É engraçado como a gente consegue criar uma intimidade dentro da nossa cabeça. Não sei você, mas eu consigo gostar sem conhecer. E é por isso que existe essa vontade louca de querer saber mais de ti. Será que a gente fala da mesma pessoa? Não importa nem como isso vai ficar depois. Não importa se isso acaba na mesa do bar, numa conversa na praia ou na cama. Eu só tenho essa vontade inexplicável de desvendar cada fronteira desse mapa curioso que é a tua vida e a tua cabeça. 
Não sei como isso acabou acontecendo, mas eu só quero saber mais sobre ti do que o beijo rápido que aconteceu. Eu quero saber se você é destro ou canhoto. Se você gosta de dormir de costas ou barriga pra baixo. Quando toca aquela música do DCNE na rádio você muda a estação ou aumenta o volume? Será que você seria a companhia ideal pro cinema no meio da semana ou a parceria completa pra um show do Costa Gold num sábado de verão?
Eu queria te desvendar pra me entender, porque é como se eu não me entendesse sem saber o que se passa dentro de toda essa quase situação. E queria saber se algum dia a gente vai ser mais que simplesmente duas pessoas aleatórias com amigos em comum que só se trombou em um rolê muito louco e cada um foi pro seu canto. Eu não tô querendo que a gente divida um canto porque apesar de tudo isso eu nem te conheço. Mas, quem sabe, a gente pode dividir mais que uma lembrança engraçada de um sábado de carnaval.