Encontrei o
título desse post enquanto zapeava dia desses pelo instagram e fiquei muito
tempo refletindo sobre o tal. Tanto tempo que abandonei o que estava estudando
pra escrever usando essa frase de base.
Desistir não
tem a ver com covardia. Também não tem a ver com falta de força de vontade e
muito menos medo, em alguns casos. Pelo contrário. Desistir tem a ver com saber
o que é melhor para si e saber a hora de parar, a hora de se respeitar, a hora
de ver que não dá mais.
Uma vez eu
desisti porque não aguentava mais me magoar tanto e não aguentava mais magoar
os outros, ainda que não diretamente. Não existe um dia que eu não me arrependa
disso. Não existe um dia que não pare pra pensar em como estaria minha vida se
não tivesse desistido. E então refleti que desistir foi talvez o mais corajoso dos
meus atos nos últimos tempos por simplesmente não fazer ideia do que
aconteceria em seguida.
Quando
desisti achava que estava jogando fora muitos dos momentos que tinha vivido no
último ano e demorei pra acreditar que na verdade era o contrário. Os momentos
não são simplesmente jogados dentro de uma lata de lixo. O que a gente vive, o
que a gente sente, o que a gente fala e faz, nada disso vai pro lixo porque
fica dentro de nós. Eu posso ter perdido um ou dois amigos, talvez muitos mais,
mas esse tempo que passei com eles, que vivi com eles, que dividi e
compartilhei desejos, medos, sonhos faz parte do que sou independente de como
tudo ficou.
Sempre acreditei
que quem tem que ficar fica, e quem tem que ir, vai. Que nada acontece por
acaso e que de tudo podemos tirar uma lição (e posts para um blog). Desistir
nunca teve a ver com insegurança e covardia. Desistir, no meu caso, teve a ver
com resgatar os valores que aprendi nesses poucos anos de vida. Resgatar o que
sou, e o que tinha deixado de ser por pequenas coisas.
Não vou dizer
que jogar tudo por alto, se livrar e sair correndo é algo fácil e não gera
arrependimentos. Gera sim. Mas por mais contraditório que isso possa ser
desistir é uma vitória. No meu caso ganhei. E perdi. Precisei escolher entre a
dor da perda ou a dor de enfrentar os próprios valores. Escolhi sofrer de
consciência limpa apesar de ainda ter colapsos de arrependimento. Mas escolhi
acima de tudo voltar a ser o que eu sou.
Nem sempre estar em paz é melhor do que estar certo. Eu estava certa
e estou em paz, ainda que um pedacinho do meu coração esteja faltando agora.