sexta-feira, 31 de julho de 2015

Noite

Noite passada senti saudade
Do teu beijo
Do teu cheiro
Dos trejeitos de nossos pés
Do teu abraço
Do nosso amasso
Dos nossos pés juntos num só compasso
Noite passada senti saudade
Do que fui
Do que fomos
Do que provavelmente nunca seremos.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Não sei.

De vez em quando bate um aperto no peito. Tão forte que parece que não vou aguentar.
Não sei porque dói tanto. Se é saudade do que foi ou do que não vai ser. Não sei se as lágrimas que agora me atrapalham a escrever esse texto são de dor, arrependimento, vontade de voltar no tempo. 
Não sei se nos perdermos, se te perdi, nunca te conheci ou nunca nos conhecemos. Não sei se foram os dias, a rotina, o momento. Não sei se estava errada, se estava certa, se só não conseguia pensar direito. Não sei quando o que mais me confortava dentro de um lugar se tornou o que mais me incomoda. Não sei quando o olhar que me fazia sorrir começou a me fazer chorar. Não sei quando os momentos passaram a ser apenas lembranças e vontade de voltar no tempo. Só não sei. Como fui acontecer, como foi acontecer, como acontecemos. Não sei como as palavras que antes eram meu conforto, agora só trazem angústia. Continuo não sabendo. De nada. De mim. De ti. Do que vai ser. Não sei. 
Nos perdemos e nos encontramos tanto ao longo de tantos anos para hoje simplesmente não nos encontrarmos mais. Porque não quero, porque não queres, porque não existe mais vontade de querer. Não sei quando essa vontade parou de existir. E não entendo. Não entendo quando as birras se tornaram desavenças. Não sei como de um dia pro outro passei a ser apenas uma pessoa que talvez conheça no facebook. Não sei quando me tornei teu arrependimento. Sequer sei porque me tornei. Não sei quando o copo d'água se tornou essa tempestade inteira nem quando um peça simplesmente derrubou o dominó inteiro. Não sei quando os conselhos simplesmente viraram palavras para me jogar na cara, tão pouco sei quando as palavras ditas começaram a se tornar da boca pra fora. Não sei porque de repente um dia eu podia ser e agir como outra pessoa. Não sei como um dia simplesmente podia ter abandonado alguém. Não sei porque um dia o que já fiz por ti simplesmente tinha que passar a ser o resto da vida feito apenas por ti. Não sei quando ficou claro que essa amizade passaria por cima de outras. Não sei quando as atitudes sem fundamento podiam sequer ter chance de passar por cima de pessoas que de nada tinham a ver. Não sei quando uma parceria teria se tornado uma virada de costas. Não sei, porque eu jamais faria isso. Não sei quando de repente um nome que me confortava agora me desconforta. Não sei como de um mês ao outro os olhares pararam de se encontrar e se entender. Não sei se foi por bem, se foi por mal. Não sei quando começasse a ser cais. Mas sei. Alguma coisa sei. Sei que as águas que um dia foram calmaria hoje são apenas ressaca, e que o porto que um dia gostei tanto hoje se tornou apenas passageiro. Eu prefiro os trapiches que apenas me aceitam independente de como sou. Os trapiches que não esperam nada em troca nem me jogam feitos na cara. De todo o resto, só espero uma coisa: que os portos que agora me abrigam, jamais me joguem de volta ao grande mar.