quinta-feira, 19 de junho de 2014

Quase


Começo mais uma reflexão pós término de livro, que devo admitir, terminei com mais rapidez do que pensava. 26 horas depois e ele já está de volta ocupando um lugar especial em uma de minhas prateleiras.

John Green, Razel e Gus que me desculpem, mas Karen Harrington, Sarah e Atticus roubaram meu coração. Claros sinais de loucura se tornou meu novo livro favorito. Ele tem os motivos necessários para ter tomado esse lugar, apesar de achar que as outras pessoas não o considerarão tão bom.
Mais uma vez tento enrolar o máximo para dizer o que quero dizer, e dizer as coisas que tenho pensado desde que terminei esse livro (6 minutos atrás).
"Depois que algo muda na sua vida, é melhor esperar por mais mudanças. É como derrubar o primeiro dominó. As outras peças não podem fazer nada, só cair onde estão. Se você tiver sorte, não vai se importar com o jeito que elas caem".
Há 37 dias o primeiro dominó caiu. Eu o empurrei. Apesar de tudo, não me arrependo. Ter feito isso me deixou mais perto da pessoa que fui um dia, e me orgulhava de ser. Há 21 dias deixei que outra mudança ocorresse. Pela primeira vez em muitos meses segui o conselho de alguém e comecei a me permitir. E foi muito bom. Ainda está sendo.
Tive tanto medo de perder as pessoas que fui me sufocando aos poucos e tranquei tanto, por tanto tempo, que precisei abrir as narinas e os pulmões e soltar tudo isso. E pegar ar puro, ar novo, ar que me traga energia. 
Há 9 dias outra peça de dominó caiu. Essa, provavelmente, foi a que mais lamentei e a que menos compreendi. Não foi definitiva. Não está resolvida, e talvez permaneça. Ficarei extremamente feliz se ela permanecer, e mais ainda de for diferente e melhor do que a anterior.
Esse livro e as aventuras da personagem me fizeram pensar que tudo na minha vida fica no quase. Tudo. Absolutamente tudo. Eu quase passei na ufsc. Eu quase fiquei na udesc. Eu quase não fui para a Estácio. Eu quase não percebi as pessoas maravilhosas que tenho do meu lado. Gostaria de ter percebido antes. Gostaria que as pessoas tivessem percebido. 
É estranho descobrir, depois de tanto tempo, que uma das melhores coisas da sua vida, é, de fato, uma das melhores coisas da sua vida. E é triste ver que essa pessoa faz o que você fazia até pouco tempo: não se permite. 
Não se permite porque acha que não vai conseguir viver sem, porque acha que a dor é insuportável, porque acha que o coração vai ficar partido pra sempre e acha que nada pode ser melhor do que ficar ali e simplesmente ficar ali. Tudo passa. Curar não é diferente de passar. Mesmo que não cure, cicatriza, e quando isso acontece tem que deixar a cicatriz ali, intocada, porque se cutucar vai ser pior. Sempre é pior. Estou cicatrizando a minha, e deixar que isso aconteça não significa nunca mais lembrar.
Talvez eu esteja falando demais e as frases que digo não façam mais sentido. 
Não quero gritar aos quatro ventos que empurrei a primeira peça do dominó, que as outras estão caindo e que mudanças estão acontecendo, mas me sinto livre, e a sensação é ótima. 
Eu ainda não consegui o que quero, mas vou. Não vou desistir simplesmente porque as pessoas não conhecem a famosa hora de se permitir.
Estou me permitindo. E isso é ótimo, é animador, é contagiante. Sinto novamente a sensação de ser uma laranja inteira, e isso vai me manter encorajada a mostrar pra outra laranja que ela é quem me fará transbordar.

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